Nossa humanidade segue por trilhos perigosos, aliados ao apelo de
polarização, vamos todos seguindo nossas crenças, esquecendo que estamos na
mesma nau. A mesma, que segue por esses mares turbulentos, com a velas cheias,
vento em proa, com a desculpa do livre arbítrio. Infelizmente, é nesse
pressuposto de liberdade que começa nosso grande erro. Na verdade; estamos
todos a deriva.
O livre arbítrio tem sido o nosso verdadeiro grilhão ao nos manter presos
a nossa pretensa ideia de liberdade de escolhas. Não foi ela a propósito
responsável por nossos milênios de perdições, vacilos, desencontros, quedas e
recomeços? Aprendemos, mesmo teoricamente, que Deus é infinitamente bom e
justo, puro amor na acepção da palavra, amor que vê em todos os caídos uma
chispa de esperança. Não aprendemos que nenhuma criatura se perderia? E Ele
mantêm-se esperando cada um ao seu tempo de regresso ao seio paternal? Falar
sobre Deus nesse momento evolutivo, é quase como cair no vazio, frente a nossa
total incapacidade de compreendê-lo, tamanha nossa pequenez e insanidade de
filhos errantes. Mesmo assim tentamos!
O Mundo já viveu momentos angustiantes, onde nossos maiores pesadelos
tinham como cenário de fundo uma hecatombe nuclear. Naqueles dias a mesma
polarização nos dividia enquanto irmãos de uma mesma morada. Os ânimos apaziguaram
durante anos e o medo dilui-se frente alguns passos positivos. Contudo,
seguimos, e como que por encanto esquecemos dessas terríveis imagens. Nem por
isso a divisão deixou de existir, pois nossas crenças, certas ou erradas, nos
fizeram crer que somos melhores ou piores do que os outros, que nosso “deus” é
o único verdadeiro, que nosso céu é melhor daquele arrastando-se na sarjeta. O
livre direito de escolha nos fez acreditar que “meu deus”, me entenderá como
maior pelo simples ato de devotamento, ao detonar uma bomba presa ao corpo.
Aniquilar o ‘inimigo” em nome do “criador”, avalizaria meu direito a posse de
um paraíso inimaginável. Quanta ilusão por nossas crenças de liberdade ludibriada.
Assim vamos nos perdendo, mantendo-nos presos as ideais e preconceitos obscuros
e falseados. Perde-mo-nos, todas as vezes que nos colocamos como melhores, uma
raça especial aos olhos de Deus, Àquele que nos Criou como sua imagem e
semelhança.
Deus não pode viver na imagem do aniquilamento, da violência, da morte
infringida sem sem nenhum propósito. Por isso, vamos compreendendo que o livre
arbítrio nos distancia cada vez mais do propósito divino. Este planeta que nos
recebeu, passa por momentos difíceis, não precisamos ser sensitivos, para
percebermos que uma nuvem triste, procura obscurecer aquela luz que aviva nossa
alma. Não estamos perdidos ainda, há sempre uma luz acesa iluminando o caminho
daqueles que querem realmente liberta-se desses pesados grilhões de mentiras e
crenças de ilusão.
Gallieus Injo
Vulgo Jefferson Kleber Forti
Belo Horizonte, 23 de março de 2016
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